sexta-feira, 11 de setembro de 2015

11 de Setembro é o Dia do Cerrado, um dos biomas mais generosos da gastronomia brasileira.

Hoje é um dia de festa para a gastronomia! O bioma que nos dá a guavira, a bocaiúva, o pequi, o cumbaru, o araticum, o jatobá, o buriti e a mangaba está comemorando sua existência. E até parece de propósito que o seu mais belo símbolo, os ipês, estejam florindo ricamente em todos os cantos da nossa cidade. Deve ser um presente ao Cerrado pelo seu dia.
Ocupando pouco mais de 2 milhões de km2, o Cerrado é a segunda maior formação vegetal da América do Sul, perdendo em tamanho apenas para a Floresta Amazônica. Sua área corresponde a um quarto do território brasileiro e ele é considerado a savana com a maior biodiversidade do planeta.



Marcando presença em mais da metade dos estados brasileiros, neste espaço territorial encontram-se as nascentes das três maiores bacias hidrográficas da América do Sul (Amazônica, São Francisco e Prata), o que resulta em um elevado potencial aquífero e favorece a sua biodiversidade.
Além dos aspectos ambientais, o Cerrado tem grande importância social. Muitas populações sobrevivem de seus recursos naturais, incluindo etnias indígenas, quilombolas, geraizeiros, ribeirinhos, babaçueiras e vazanteiros que, juntas, fazem parte do patrimônio histórico e cultural brasileiro e detêm um conhecimento tradicional de sua amplitude.
Mais de 220 espécies têm uso medicinal e mais 416 podem ser usadas na recuperação de solos degradados, como barreiras contra o vento, proteção contra a erosão, ou para criar habitat de predadores naturais de pragas. E aqui chegamos ao que mais interessa a nós, do mundo da cozinha: os frutos comestíveis, com os quais a gente faz a festa nas nossas panelas.
Seja em forma de picolés, geleias, mousses, caipirinhas, pudins e até dando um toque exótico a pratos salgados, esses frutos de sabores super potentes e marcantes vêm ganhando cada vez mais espaço à mesa do brasileiro e hoje mais de 60 espécies são conhecidas e utilizadas pela população.

Além de deliciosas, as frutas nativas do cerrado são ricas em proteínas, fibras, carboidratos, vitaminas, minerais e ácidos graxos. Só para citar duas de nossas estrelas, as castanhas do cumbaru são riquíssimas em ômega 6 e ômega 9 e a guavira é uma grande fonte de vitamina C, fundamental para se manter a imunidade do seu corpo em alta.
Pois bem, já que esse bioma é tão generoso conosco, reles e famintos mortais, a gente volta à pergunta lá de cima: estamos cuidando bem do nosso Cerrado? A má notícia é que, apenas entre 2002 e 2008, o bioma perdeu 14,2 mil quilômetros quadrados de vegetação por ano. Já a retirada da mata de 2009 para 2010 foi de 6,5 mil quilômetros quadrados. Seus remanescentes apresentam alto grau de fragmentação e somente 20% deles estão intactos. 
A boa notícia é que o ritmo do desmatamento vem diminuindo nos últimos anos e as iniciativas de recuperação e conservação do Cerrado estão ganhando força. Ótimos exemplos como o “Frutos do Cerrado – Conhecer para Valorizar” e o “Programa Cerrado – Pantanal” , da WWF, promovem a preservação dessa riquíssima biodiversidade e servem de inspiração para quem quer fazer sua parte. Aqui em Campo Grande a gente pode citar o belíssimo projeto da Economia Solidária, o “Espaço Gosto do Cerrado” que liga o pequeno produtor diretamente ao consumidor final, trazendo benefícios a todos.
Gostou e quer que seus filhos e netos gostem também? Faça sua parte e cuide bem desse nosso tesouro. Conheça, valorize e divulgue nossos frutos. Isso te levará a ser um consumidor responsável e permitirá ao Cerrado que continue nos presenteando com essa explosão de aromas e sabores que só ele tem.

E, para comemorar o Dia do Cerrado, acontece desde ontem, aqui em Campo Grande, a I Feira do Pequi e de Outros Frutos do Cerrado, evento que está sendo apoiado pelo nosso Convívio Slow Food Campo Grande. Maiores informações no link:


sexta-feira, 3 de outubro de 2014

PROJETO RIFA SABOR DO BEM

Bom dia, meus queridos leitores!!

Hoje eu tenho prazer de anunciar o nascimento de um novo projeto meu, que está saindo quentinho do forno: a RIFA SABOR DO BEM! O objetivo é ajudar quem precisa e criar uma grande rede de solidariedade envolvendo a gastronomia e os cozinheiros de todo esse Brasil. 

Esse projeto nasceu da dificuldade em conciliar os horários instáveis da minha profissão com um trabalho voluntário permanente. Por isso, decidi juntar minha paixão pela gastronomia com a paixão em se fazer o bem, unindo quem precisa de ajuda ao trabalho de cozinheiros espalhados pelo Brasil.
A ideia é usar uma rifa digital para estimular as pessoas a doarem e também ajudar a divulgar o trabalho de novos e antigos profissionais da gastronomia. O projeto começa como uma pequena semente plantada nas redes sociais e se inicia localmente, mas o objetivo é, a longo prazo, atingir todos os cantos do Brasil.

Isso porque qualquer pessoa pode comprar uma rifa, qualquer profissional da gastronomia pode doar um prêmio e qualquer instituição ou pessoa pode receber ajuda!! Basta querer e entrar em contato que a gente monta uma rifa nova, e mais uma, e mais uma e vai envolvendo cada vez mais mãos e braços nessa corrente.

Essa rifa inaugural irá sortear um dos meus produtos mais procurados: 1 Bolo de KitKat com recheio de leite ninho e coberto com brigadeiros e beijinhos, tipo essa delícia aí embaixo. 





E todo o dinheiro arrecadado será doado à instituição na qual eu fiz o meu primeiro serviço voluntário: a Pastoral da Caridade, em Paranaíba.
Para participar, basta ter um perfil no Facebook, entrar na minha página “Chef Míriam Arazini” https://www.facebook.com/pages/Chef-M%C3%ADriam-Arazini/240208576055502?fref=ts e procurar a aba “Rifa Sabor do Bem”https://www.facebook.com/pages/Chef-M%C3%ADriam-Arazini/240208576055502?sk=app_143968655799510 . Aí é só escolher um número, fazer o pagamento e cruzar os dedos. Não precisar curtir a página e nem compartilhar o post. Com apenas R$10,00 você concorre a um bolo delicioso que vale cerca de R$200,00.

Vamos ajudar e fazer esse pequeno projeto virar uma gigante rede social do bem??? Entre em contato por telefone ou email para participar com doações e indicar instituições a serem atendidas.


Telefone: (67) 8157-8060

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Carreteiro de Arroz Nativo do Pantanal com Ovos Caipiras Cremosos e Farofa de Bocaiuva

Boa noite, meu povo!!

Estavam famintos de novidades e com saudades dos meus posts? É, mais uma vez a minha amada gastronomia me afastou dos meus leitores. Mas, de novo, foram por boas, boníssimas causas e elas atendem pelo nome de Feira do Empreendedor e Certificação Internacional ProChef.
Comecemos pela Feira do Empreendedor 2014 MS que foi o maior sucesso! Quem me acompanha pelas redes sociais sabe que meu Instagram e meu Facebook bombaram de fotos e postagens sobre todas as aulas-shows que nós apresentamos no Espaço de Gastronomia do Senac.
Inclusive matérias completas sobre essas aulas e sobre os chefs renomados que visitaram nossa cidade vocês podem encontrar nas minhas colunas do TopMídia News : http://www.topmidianews.com.br/miriam-arazini/.
Mas ficou faltando algo nessas colunas. Aliás, o mais importante de tudo: as cobiçadas receitas. Algumas delas vocês já conhecem, pois eu também aproveitei o espaço da Feira para homenagear o nosso Mercadão. Mas a maioria são novíssimas, desenvolvidas especialmente para o evento e eu vou começar com mais um xodózinho meu: o Carreteiro de Arroz Nativo do Pantanal com Ovos Caipiras Cremosos acompanhado de Farofa de Bocaiuva.
Quem faz parte do Slow Food logo percebe que essa receita foi elaborada por mim com carinho, para homenagear dois produtos de Mato Grosso do Sul que estão na Arca do Gosto: a bocaiuva e o arroz nativo do Pantanal.  O carreteiro ficou divino, a farofa também e esses ovos mexidos AMARELINHOS fazem a gente querer correr para a fazenda.

Façam em casa e aproveitem uma receita toda boa, limpa e justa!



Carreteiro de Arroz Nativo do Pantanal com Ovos Caipiras Cremosos

Ingredientes:

Carne soleada coxão mole
1500
g
Óleo de soja
100
ml
Cebola
200
g
Cachaça
50
ml
Alho
50
g
Arroz nativo do Pantanal
500
g
Salsinha
½
maço
Caldo de carne
1000
ml
Cebolinha
½
maço
Ovo caipira
20
unid.
Sal refinado
10
g
Leite integral
200
ml
Pimenta bode
20
g

Modo de preparo:
1.    Cortar a carne de sol em cubos médios. Picar a cebola, a pimenta e o alho em brunoise. Picar finamente a salsinha e a cebolinha.
2.    Fritar a carne em 75 ml de óleo até que esteja bem dourada .
3.    Deglacear a panela com a cachaça e adicionar a cebola, o alho e a pimenta, refogando até que estejam macios e dourados.
4.    Adicionar o arroz, envolvendo-o em todo o tempero e juntar o caldo de carne aquecido
5.    Cozinhar em panela tampada até que o arroz esteja cozido.
6.    Ajustar o tempero e finalizar com as ervas.
Fazer os ovos mexido com o leite e o ovos e servir com o carreteiro e a farofa de bocaiúva.


Farofa de Bocaiuva

Ingredientes:

Farinha de bocaiúva
300
g
Farinha de Furnas
200
g
Manteiga
100
g
Cebola
150
g
Sal refinado
05
g
Pimenta de biquinho para decorar
100
g

Modo de preparo:
1.    Cortar a cebola em julienne e refogar na manteiga até que fique bem dourada.
2.    Adicione as farinhas e mexa bem até que fiquem torradas.
Ajuste o sal e sirva com o carreteiro.

terça-feira, 3 de junho de 2014

O DOCE SABOR DO NOSSO MERCADÃO

Boa tarde de friozinho, amigos leitores!
Frio dá fome e fome pede receita. Hoje eu volto a falar sobre o nosso querido Mercado Municipal, para passar as receitas do menu degustação de sobremesas que eu apresentei na Arena Gastronômica em homenagem ao Mercadão de Campo Grande.
Essas receitas fazem parte de um lindo projeto do Slow Food Convívio Campo Grande, para levar mais moradores da cidade a freqüentar nosso centro gastronômico mais tradicional. De onde surgiu esse projeto? Leia o post passado, que eu estou contando tudo em detalhes. Inclusive dando a receita do prato salgado que eu desenvolvi para ele:

A principio, eu iria criar apenas um prato, mas nosso Mercado é tão rico que, para que eu conseguisse mostrar um pouco de tanta fartura de ingredientes, acabei criando dois, cada um deles com 3 receitas que o compõe. E nada melhor para mostrar vários elementos do que um menu degustação. Por isso o meu sample de sobremesa, carinhosamente batizado com o nome de “O Doce Sabor do Nosso Mercadão”.
Ingredientes típicos misturados às minhas melhores lembranças de infância e diferentes técnicas gastronômicas resultaram nesse meu xodó, que eu compartilho com vocês, com muito orgulho.

O DOCE SABOR DO NOSSO MERCADÃO



Doce de bolinha de queijo com calda de tereré

Quem passeia pelos corredores do Mercadão logo nota que existem vidros de queijadinha espalhados por várias bancas. O que os campo-grandenses chamam de queijadinha eu aprendi a chamar de doce de bolinha de queijo, que sempre foi o meu doce em compota preferido. Por que comer figo e abóbora se você pode escolher queijo, ovo e açúcar?? Hehehe... Pois bem, resolvi fazer a queijadinha do jeito que aprendi com a minha mãe, adicionando um toque especial do produto que mais exala aromas no nosso Mercado: a erva de tereré. Detalhe importante: bolinha de queijo boa é feita basicamente com queijo de qualidade e ovo. A maioria das receitas pede para colocar bastante amido ou farinha. Elas até que deixam a bolinha mais estável e fácil de fazer. Mas ela perde aquela linda cor amarela e sua característica original.

Ingredientes:
·         500 g de açúcar cristal
·         500 ml de água
·         40 g de erva para tereré
·         200 g de queijo caipira curado
·         1 ovo caipira
·         10 g de açúcar refinado
·         1 pitada de fermento químico em pó

Rale o queijo em um ralado bem fino e misture a ele o fermento e o açúcar refinado. Adicione o ovo e misture bem, até que dê o ponto de enrolar. Faça bolinhas pequenas (cerca de 1 cm de diâmetro) e reserve.
Faça uma infusão da água com a erva e deixe ferver por cinco minutos até que pegue bem o aroma do tereré. Coe em seguida. Prepare a calda misturando o açúcar e água aromatizada, levando ao fogo até ferver e a calda começar a engrossar.  Adicione as bolinhas nessa calda e deixe cozinhar rapidamente, menos de 3 minutos, até que elas fiquem brilhantes.
Sirva quente ou em temperatura ambiente. Eu amo ela quentinha, recém-saída do tacho!
Se for guardar, tem um detalhe importante: não conserve as bolinhas na calda que usou para cozinhá-las. Ela fica com um aspecto turvo e gorduroso. Prepare uma nova calda aromatizada e preencha o vidro da compota.

Bolo cremoso de fubá saboró

Nessa minha pesquisa pelo Mercadão, eu descobri que existe um tal de fubá saboró. E o que seria isso, Míriam? Ele é feito de milho cateto, abundante no Paraguai, e é com ele que se faz a sopa paraguaia original, produto que herdamos de nossos vizinhos e que se tornou um prato típico de Mato Grosso do Sul. Decidi utilizá-lo para fazer uma das minhas receitas mais fáceis e que mais fazem sucesso: o bolo de milho.

Ingredientes:
·         1 lata de milho verde com a água
·         3/4 da lata de óleo de milho
·         1 lata de leite de vaca
·         1 lata de açúcar
·         1 lata de fubá saboró
·         3 ovos caipiras inteiros
·         1 pacote pequeno de coco ralado (50g)
·         2 colheres (sopa) de fermento em pó

Bata bem todos os ingredientes no liquidificador, com exceção do fermento, que deve ser acrescentado por último, apenas usando a função pulsar. Coloque em uma forma untada e polvilhada com fubá e leve para assar em forno médio, até que esteja dourado por cima e assado no centro.

Verrine Caipira

Esse é uma receita de ar contemporâneo que entrou para fazer a composição da sobremesa. A motivação principal dela foi eu ter avistado lá no Mercadão um requeijão caipira com rapa, o que me fez lembrar mais uma vez da minha infância na fazenda, quando a gente comia a rapa do requeijão quentinha e derretida, que havia acabado de sair do fogo, coberta com bastante açúcar. Quem já passou por essa experiência, sabe bem do que estou falando. A felicidade em forma de queijo com açúcar!
Para dar esse sabor doce ao requeijão e adicionar alguns outros produtos típicos das bancas do nosso Mercado, aí está um copinho que mistura geleia de mocotó, farinha torrada de Aquidauana, cumbaru, rapadura batida na palha, manteiga de garrafa e, claro, requeijão caipira com rapa.

Ingredientes para a Ganache de Mocotó:
·         200 g de geleia de mocotó
·         100 g de creme de leite de caixinha

Levar a geleia cortada em cubos e misturada com creme de leite ao fogo, até que a geleia se derreta e forme um mistura homogênea. Essa mistura ganha o nome de ganache, por ter o mesmo princípio da ganache da trufa de chocolate: apenas chocolate e creme de leite. Reserve.

Ingredientes para a Farofa Doce com Farinha de Aquidauana e Cumbaru
·         100 g de farinha torrada de Aquidauana
·         10 g de manteiga de garrafa
·         20 g de castanha de cumbaru torrada
·         50 g de açúcar mascavo

Descascar o cumbaru e pilar ou picar grosseiramente com a faca. Levar a castanha ao fogo com a manteiga de garrafa até que fique dourada e exale um aroma amendoado. Adicionar a farinha e o açúcar e mexer por alguns minutos, até que o açúcar derreta e a farofa fique crocante. Reserve.

Ingredientes para a montagem:
·         100 g de rapadura batida na palha
·         200 g de requeijão caipira com rapa

Monte camadas em um copinho de verrine na seguinte ordem:
- Ganache de geleia
- Rapadura batida em pedaços pequenos
- 1 fatia de requeijão
- Farofa doce
- Uma fatia de requeijão
- Farofa doce


Aí é só juntar as três sobremesas e sentir na boca todos os doces sabores do nosso Mercado Municipal!

terça-feira, 20 de maio de 2014

CORES E AROMAS DO NOSSO MERCADÃO

Boa tarde, meus amigos e leitores!!

Quem me acompanha pelo Face, Insta, TopMídia e está ligado nos eventos de gastronomia da cidade sabe que eu estou tendo um novo caso de amor... sim, uma paixão pelo nosso Mercado Municipal :-)



Tudo começou com um Convívio Slow Food, onde a queridíssima Cláudia Girelli me contou sobre uma possível ação do movimento para levar mais moradores da cidade ao Mercadão, e não só os turistas. Fiquei com aquilo na cabeça e quando o Carlos Batalha, diretor da Abrasel MS, me convidou para apresentar uma oficina na Arena Gastronômica, logo juntei as pecinhas e decidi fazer duas receitas, uma doce e outra salgada, homenageando o nosso Mercado Municipal.

Para desenvolver o receita, a primeira coisa que eu fiz foi uma visita longa a atenciosa ao homenageado. Andei de banca em banca, provei algumas mercadorias, tirei fotos, conversei muito com os atendentes e redigi uma lista daqueles ingredientes que achei mais interessantes e típicos. Inclusive, essa visita me abriu tanto os horizontes sobre o que havia para se vender ali que até virou uma linda matéria na minha coluna do Top Mídia News, que você podem conferir no link abaixo:
Mercado Municipal de Campo Grande é prato cheio para cozinheiros que procuram produtos da terra.

Aí começou o processo de criação: pensa daqui, mistura de lá, combina técnicas e receitas com novos ingredientes, testes e mais testes para encontrar os melhores sabores. E eu tenho o orgulho de apresentar aqui o meu primeiro filho cujo pai é o Mercadão: o prato CORES E AROMAS DO NOSSO MERCADÃO.

Nele eu consegui misturar os aromas mais típicos com ingredientes que a gente só encontra alí e a mistura de sabor e texturas ficou (me desculpem a falta de modéstia) divina! E quando a ideia é boa e resulta em sabores gostosos, é quase um orgasmo para um cozinheiro criador :-)

Agora é só vocês darem um pulinho lá no Mercadão, se encantarem com os ingredientes, colocarem a mão na massa e se surpreenderem com tudo que a nossa terra pode nos oferecer.




* Baião do Mercadão:
Essa é a minha versão do Baião de Dois. Nela eu usei 2 tipos de feijões que a gente só encontra no Mercadão, e o feijão de corda verde que as índias vendem do outro lado da rua. Também substitui o queijo de coalho pelo requeijão caipira com rapa e, para dar aqueeeele aroma de quando a gente entra no mercado, o cheiro onipresente de erva, fiz uma infusão de tereré com o caldo de cozimento dos feijões e usei para cozinhar o arroz

·         60 g de feijão carnaval roxo
·         60 g de feijão andu
·         100 g de feijão de corda verde
·         50 g de erva de tereré
·         300 g de arroz agulhinha
·         100 g de cebola
·         30 g de alho
·         60 g de manteiga de garrafa
·         180 ml de nata
·         300 g de requeijão caipira com rapa
·         Salsinha a gosto
·         Sal e pimenta a gosto

Modo de preparo:
- Cozinhar todos os feijões separadamente até que fiquem ao dente. Coar e reservar a água do cozimento. Fazer um sachê com a erva do tereré e deixar em infusão no caldo dos feijões, por cerca de 10 minutos ou até que adquira um leve aroma de tereré.
- Picar bem a cebola e o alho e refogá-los na manteiga de garrafa. Adicionar o arroz e refogar até envolver em toda a gordura. Adicionar os feijões cozido e o caldo do cozimento, até que fique 1 dedo acima do arroz. Manter no fogo até que o arroz esteja cozido.
- Adicionar a salsinha picada finamente, a nata e misturar bem. Por último, acrescentar o requeijão cortado em cubos médios e mexer delicadamente, sem desmanchar o queijo.

* Farofa especial de chia, farinha biju e linguiça seca do Mercadão
Eu cresci comendo farofa feita com farinha de mandioca biju e me dá uma tristeza profunda comer essas farofas feitas com farinha fina, sem graaaaças. Por isso não pensei duas vezes em usar a receita de farofa da mami, dando toques especiais com ingredientes do Mercado, como a chia e as famosas linguiças secas.

·         2 gomos de linguiça seca
·         100 g de cebola
·         20 g de alho
·         20 g de chia
·         200 g de farinha de mandioca biju
·         Cebolinha a gosto
·         Sal e pimenta a gosto

Modo de preparo:
- Desfazer a linguiça de tripa e fritar em sua própria gordura até que fique em pedacinhos crocantes. Retirar da panela e reservar.
- Na própria gordura da linguiça, fritar a chia até que libere seus aromas. Adicionar a farinha e mexer bem, torrando até que fique dourada.
- Desligar o fogo, temperar com sal, pimenta e cebolinha e adicionar a linguiça previamente frita.

* Carne de sol com caramelo de rapadura batida, cachaça e malagueta curtida no pequi
Por último, a carne! E claro, tinha que ser a soleada, que faz o maior sucesso nos açougues do Mercadão. Para o molho, uma nova descoberta: rapadura batida, que derrete na boca como bala de coco. Com ela eu fiz um caramelo saborizado com cachaça, limão e malagueta curtida no pequi, para dar um toque agridoce contemporâneo ao prato.

·         1 kg de carne de sol
·         50 g de manteiga de garrafa
·         300 g de rapadura batida
·         60 ml de suco de limão
·         60 ml de cachaça
·         6 malaguetas curtidas no óleo com pequi
Modo de preparo:
- Cortar a carne de sol em cubos médios e cozinhar em líquido aromático até que fique bem macia.
- Preparar o molho: picar bem a malagueta e levar todos os ingredientes ao fogo até que a rapadura se derreta completamente. Reservar.
- Saltear a carne na manteiga de garrafa até que fique bem corada.

- Servir coberta com um pouco do molho de rapadura.

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Red Carpet para as novas estrelas do Firula´s Café

Na noite passada eu tive o imenso prazer de voltar a um dos meus restaurantes preferidos de Campo Grande: o Firula´s Café. Já falei para o Carlos e a Milla, donos da casa: para mim, o Firula´s é muito mais do que café e tem uma das comidas mais gostosas e aconchegantes daqui. Tô pensando até em começar uma campanha para que ele se chame Firula´s Bistrô, hehehe.



Mas, voltando à noite de ontem, pude conferir o lançamento dos novos preparos da carta de café do Firula's, desenvolvidos pela Milla e pelo barista Cléber. Um espetáculo!! O evento, carinhosamente apelidado de "Drinks with the Stars", foi inspirados nas grandes estrelas do cinema. E eu fiquei super feliz em saber que um dos meus melhores alunos, o Eduardo, estava lá dento da cozinha, estagiando e ajudando a abrilhantar a noite :-)



Sounds good?? Pois a melhor parte é que cada uma das novas bebidas foi perfeitamente harmonizada com cupcakes e docinhos feitos pela chef patissiére Priscila Mendonça, a responsável pela confeitaria do Firula´s. Ela me contou que alguns dos cupcakes já fazem parte do cardápio da casa e que os outros devem ser introduzidos aos poucos, conforme a demanda do público. Ps: Minha demanda é que tenha todos!!



Sobre os cafés, os atendentes do Firula´s foram me trazendo cada um deles na sequência e indicando a melhor harmonização, com todas os detalhes bem explicados pelo Cléber. Ele inclusive me informou que já a partir de hoje todos os cafés estão disponíveis aos clientes dos Firula´s.

Acho que nem preciso contar que a noite foi uma delícia e muito menos usar palavras para tentar convencê-los a irem provar as novidades. Fico com a estratégia das imagens... afinal, contra fotos não há argumentos!!

PRIMEIRA HARMONIZAÇÃO: Café Monroe com cupcake salgado de cenoura com cream cheese



SEGUNDA HARMONIZAÇÃO: Café Mazzaropi com brownie


TERCEIRA HARMONIZAÇÃO: Café De Niro com cupcake red velvet



QUARTA HARMONIZAÇÃO: Café Roberts com cupcake de limão


QUINTA HARMONIZAÇÃO: Café 007 com cupcake de gengibre



Gostou?? O Firula´s tem 3 lojas em Campo Grande: uma no Shopping Campo Grande, outra dentro da Saraiva do Shopping Bosque dos Ipês e a terceira na Rua Euclides da Cunha, 1102.
Site: http://www.firulascafe.com.br/
Facebook: https://www.facebook.com/firulascafe?fref=ts
Instagram: @firulascafe